Terceira idade, velhice, idoso.
Escrevinhações bem-humoradas de um velho consciente de que a melhor idade ficou para trás, mas a feliz idade não. O idoso que assume a sua terceira idade sem medo da velhice.

sábado, 21 de dezembro de 2019

Terceira Idade é Movimento


         


         Como é sabido, este blogueiro não é médico, desses formados  em faculdades de medicina. Mas, como de médico e de louco todo o mundo tem um pouco, vou meter a colher torta nesse angu e dar uns palpites, se não técnicos e autorizados cientificamente, pelo menos resultado da experiência da idade sex e de um raciocínio mais ou menos lógico.
         A gente ainda não nasceu e já está em movimento. Esse movimento começa na correria dos espermatozóides para ver quem chega primeiro ao óvulo que espera fecundação. Ocorrendo a dita, o movimento da futura mãe em suas atividades, o agitar constante dos órgãos internos, tudo é ação. Não se fica parado um único instante. O próprio crescimento do feto é atividade.
         Passam-se os nove meses e a nova criaturinha faz uma baita força para nascer e chega fazendo um alarido, esperneando, agitando bracinhos, enfim ...
         Claro que inicialmente o maior movimento é chorar e abrir a boca procurando o seio materno. Ação em busca de alimento.
         Vai crescendo, engatinha, isso instintivamente. Aí chegam os “adultos” e teimam em botar o sujeitinho de pé. E tanto insistem, que conseguem. E chegamos ao tal de “homo erectus” e sua quase que infalível problemática com a coluna. Claro, se o instinto nos leva a andar de quatro, mas a evolução nos obriga a andar de dois, toda a parte superior do corpo, a mais pesada, apóia-se na coluna lombar. E 80% dos problemas  são nessa área, porque as vértebras e discos que inicialmente eram para sofrer esforço de tração, separando os discos, agora sofrem esforço de compressão, sobrecarregando essa parte da coluna.
         É um parêntese bem humorado, mas que, se pararmos para pensar, até que tem um certo fundamento. Pelo menos par encher linguiça nesse escrevinhamento ...
         De quatro ou de dois, na vida natural, temos que sair na busca de alimentos. E isso inclui praticamente o esforço principal de nossa existenciazinha por este planeta. Claro que há também o delicioso movimento em busca da preservação da espécie, talvez o mais importante e essencial.
         Vem a vida moderna e nos obriga a ficar sentados, horas e horas à frente duma tela, fazendo coisas úteis e indispensáveis ou escrevinhando sobre coisas, digamos, nem tão importantes.
         Vamos deixando de movimentar-nos a cada dia que passa. É um tal de automatiza isso e aquilo, que agora nem se usa mais chave para abrir um carro. Ele é que olha para a gente e abre as portas.
         Pararam para pensar na besteira que a humanidade está fazendo? Girar uma chave é coisa muito desgastante. Apertar um botão no próprio aparelho de TV, exige que a pessoa se levante, faça um movimento, estimule a circulação. Ora, isso é até um pecado em nossa sociedade consumista e acomodada.
         Passam-se os anos e, é claro, começamos a sentir os efeitos dessa passagem. Movimentos e esforços que nos eram automáticos e imperceptíveis, de repente, passam a ser cuidadosamente estudados e percebidos exponencialmente. Duma hora para outra músculos e ossos que nem sabíamos que existiam, revoltam-se e dizem: estamos aqui.
         Começa a famosa fase condor ...
Com dor aqui, com dor ali ...      
Mas o pior de tudo é que a geriatria, em grande parte dos casos, se acomoda.
- Ah, estou velho. Isso já não é mais para mim.
Claro que não podemos fazer as mesmas coisas que fazíamos na juventude. A mente até quer, e como quer fazer, mas o corpo rebela-se.
Esse rebelar-se do físico até é saudável, pois evita que cometamos excessos danosos. Mas evitar excessos não é colar a bunda numa poltrona e passar o dia inteiro vendo porcarias na TV.
Não é por estarmos na terceira e pior idade que devamos ficar na inativa idade ...
Vida é movimento!
E nós, seres humanos, animais bípedes (embora existam muitos quadrúpedes ...) fomos feitos para o movimento.
O que temos como base para sustentação  do corpo?
Pés. Não raízes.
Simples assim. Se fosse para ficarmos parados, seríamos  como as árvores e demais plantas.
E nenhum manual de fabricante diz que o animal, dito racional, deva deixar o uso de seus pés após os sessenta anos.
Não esqueçam: a vida é ação.
Inatividade é lucro para as funerárias.
Há tempos, em minhas andanças, conheci um senhor de 94 anos, saudável e lúcido como poucos. Não resisti e fiz a pergunta:
- Qual é o segredo para chegar aos 94 tão bem quanto o senhor?
- Trabalho, atividade. Se tu chegares aqui pela manhã, em horário não muito quente, tu me verás empoleirado num reboque de trator indo para a lavoura ajudar a buscar milho ou fazer qualquer outra coisa. Claro que não fico o dia inteiro, nem consigo jogar a mesma quantidade de espigas para dentro do reboque como antigamente, mas isso não importa. O que importa é trabalhar. Mesmo que meus filhos façam, cada um, três vezes mais do que eu, isso não interessa: o que vale é fazer alguma coisa.
Não é por nada que chegou a esta idade com saúde.
Está ciente das limitações, as aceita, mas não fica parado, que nem água de poço.
Esse blog pode não ser o mais científico, o mais autorizado, o que tenha sido resultado de anos e anos de pesquisas, mas é um blog onde as escrevinhações são de um velho que não entrega a rapadura.
E o segredo de uma terceira e pior  idade feliz talvez seja esse, como a daquele senhor de 94 anos, agora devendo estar com seus 96: não entregar a rapadura e ter uma atividade.
Lembre-se: ficar parado é para as árvores.

O blogueiro, aos 61 anos, fazendo os 42 km da Maratona de Floripa. 

De lá para cá, por lesões e outros probleminhas, não consegui mais fazer Maratonas de 42 km. Mas continuo com os trotes de 10 a 15 km, três vezes por semana. Acredito que está dentro da lógica e coerência com os escritos acima ...
Se não dá para fazer como antigamente, faça como consegue, mas faça. E nem por isso o mundo vai acabar ...

 

domingo, 15 de dezembro de 2019

Terceira Idade e Sabedoria

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Como Chegar aos 100 Anos

Idosa, terceira idade, velhice, cem anos, felicidade


Compartilho a história de Dona Jandira, que aos 98 anos alegres, quer chegar aos 100, idosa, velha, feliz!
Acessem

https://www.facebook.com/tastemadebr/videos/2534035456716252/
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sábado, 14 de dezembro de 2019

Unicamente Idoso

              Por que acham a terceira idade é sinônimo de inatividade?             

   
             A maioria, quase totalidade de nós, da terceira idade exerceu ou ainda exerce alguma profissão. Uns foram ou ainda são médicos, engenheiros, agricultores, pecuaristas, etc. e tal. 
    Assim, Vilsom Barbosa é conhecido como fotógrafo especializado em fotos aéreas, Fulano de Tal, como médico pediatra, Sicrano, como plantador de arroz.
           Se eventualmente participa de alguma atividade que mereça a atenção da imprensa, quase sempre se vê a manchete:
     "Agropecuarista descobre novo método de prevenção de doenças parasitárias".
            Ou:
            "Advogado é assaltado em plena luz do dia, no calçadão."
        Mas deixem o tempo passar e esses mesmos cidadãos passarem a fatídica barreira dos sessenta anos.
            O que teremos, então?
           Duma hora para outra, o advogado, o engenheiro, o pastor, o padre, mesmo exercendo a pleno suas atividades, até com muito maior eficiência, são transferidos para a enorme vala comum que abrange todas as demais qualificações.
          O mesmo advogado, se for assaltado um dia, depois de chegar aos sessenta, merecerá a chamada na imprensa:
         "Idoso é assaltado durante o dia, em pleno calçadão."
     Todo um preparo, anos e anos de estudo, graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado, congressos, seminários, etc. somem instantaneamente e viram fumaça.
          O cidadão é simplesmente idoso e estamos conversados. 
       E essa manifestação preconceituosa parte de quem, em tese, deveria ter um certo preparo, uma mente aberta, livre de ideias medievais. Que é o que se espera de um jornalista. 
         Agora, se estes profissionais, que passam alisando os bancos de uma faculdade durante quatro anos, caem na armadilha do chavão preconceituoso, imaginem os que não tiveram o privilégio de estudar a forma correta de informar o público ...
     Parece que as pessoas não se dão conta de que os cargos de maior responsabilidade são exercidos pelos da idade provecta ...
     Presidentes de países sérios, governadores de estados sérios, ministros de tribunais de países sérios (captaram a maldade?), na quase totalidade são pessoas que passaram dos fatídicos e desqualificantes sessenta anos. 
        Nada contra os jovens e os adultos. Muito antes pelo contrário, muito a favor. Mas, também, a favor dos terceira idade.
        Entenderam porque, o Blog é da "PIOR" Idade?
      Como essa faixa poderá ser a melhor idade, se todos os nossos esforços, nossas lutas, perseverança, disciplina e preparo são atirados no primeiro latão de lixo e viramos, unicamente, idosos?
     Esse blog pretende ser uma gota contra o oceano do preconceito e lutar para que a terceira, embora não seja a melhor idade, mereça, ao menos, o respeito que lhe é devido.
   E continuaremos aceitando a realidade, mas lutando para melhorá-la. 
    Talvez, com o tempo, consigamos que a chegada dos sessenta seja o alcançar de um novo patamar: o da aceitação feliz.
   Mais não digo, porque os dois neurônios estão, um ainda sonolento e o não acordou ...
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POLÍCIA 

Idoso é assaltado dentro de loja no bairro Vila Nova em Blumenau 

Vítima afirmou que o criminoso anunciou o assalto com uma arma na mão 
06/08/2019 - 19h23 - Atualizada em: 07/08/2019 - 07h22

    Como se vê, ele não era comerciante, gerente de loja, ou proprietário, apenas idoso ...
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Idosa descobre que tem em sua casa obra renascentista que pode valer R$ 27,5 mi

Pintura foi identificada em Compiègne, no norte da França; dona a pendurava entre a cozinha e a sala de estar


Manchete da Folha de São Paulo 

   A senhora poderia ser uma camponesa, uma professora, mas, não, era apenas idosa.
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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Em Defesa dos Professores


   Na defesa dos professores, resolvi fazer o vídeo a seguir:

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Humor - Pensamento do Dias

Sinal de Velhice
   
   Você sabe que está ficando velho quando, ao fazer a barba, perde mais tempo esticando a pele do que passando a lâmina ...

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   Fotos de Ontem (esqueci de publicar ...)
   



Eram duas? Pois é, essa memória ...

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domingo, 8 de dezembro de 2019

Velho Capaz


                            Velho, mas Capaz

         Que o preconceito contra a pior idade existe, isso não há como negar. Tal como o preconceito racial, religioso, político e tantos mais. Mas para nós, os da geriatria, o que interessa, principalmente neste blog, é o preconceito contra os que passaram dos sessenta invernos.
         A manifestação do dito preconceito pode ser clara, direta, intencional, maldosa e humilhante. Também pode ser velada, sutil ou apenas manifestação espontânea do que as pessoas têm dentro de suas mentes, não muito arejadas.
         Pois o velhinho aqui, por muito bem aposentado, continua na ativa. Isto porque que o tal salário mínimo com que fui condenado a viver até passar desta para melhor ou pior não dá para muita coisa. Fosse eu um pior idade  usando medicação contínua, acho que já deveria estar pensando na incomodação à família com as despesas de funeral. Sim, porque ou comeria ou tomaria os tais medicamentos ...
         Pois bem, como sou fotógrafo especializado em fotos aéreas, acabei brevetando-me como piloto privado e, por questão de sobrevivência no mercado, mesmo na terceira idade, tive que me tornar piloto de drone. Não sou, assim, uma Brastemp em nenhum dos casos, mas dou para o gasto.
         Claro que pilotar avião ou até mesmo um drone profissional exige preparo, capacitação, disciplina, sangue-frio e um monte de outras qualidades que a maioria de nós possui, mesmo depois da chegada à idade sex.
         Sexagenária.
         Como dizia, o sexagenário continua fazendo seus voos e fotos. De teco-teco e de drone.
         E, num de meus trabalhos aconteceu o seguinte:
         Após haver realizado o voo com o drone e feito fotos de boa qualidade, fui à sede da empresa contratante, cujos campos experimentais e de pesquisa fotografara.
         Chegando lá, a recepcionista atendeu-me dentro dos conformes e pediu para aguardar o atendimento pela diretora e uma outra jovem  senhora, cuja função não lembro mais, por causa da  minha idade ...
         Começamos a conversa, mostrei as fotos, gostaram muito e a que não era diretora, sem mais nem menos, elogiou-me:
         - Meus parabéns! As fotos ficaram excelentes. Foi o senhor mesmo quem fez?
         Notem bem: aí já vinha o preconceito não tão explícito.
         Para aquela que não era a diretora, um velho, vestindo bombacha e bota, só poderia ser um baita grosso, burro, mentecapto, incapaz de fazer um drone decolar e voltar ao ponto de partida.
         Só que não ficou por aí: quando afirmei que sim, continuou a manifestação de desvalor ao velhito aqui:
         - Realmente, merece minha admiração. Eu, que sou eu, não me animo a pilotar um drone!
         Captaram? Eu que sou eu!
         Como se ela fosse uma Madame Curie, Simone de Beauvoir e tantas outras mulheres realmente geniais e acima de nós, simples mortais.
         Mas, claro, ela não falara por se achar superdotada ou coisa assim. Sem querer expressara a incredulidade para com a capacitação dum velho sexagenário para tal tipo de atividade.
         Sou pavio curto uma barbaridade, mas pobre, também. Embora o sangue tivesse subido todo para as orelhas, consegui dominar o pavio incendiário e não dei a resposta que merecia, pois a que era diretora tinha dito que ia comprar duas ampliações, que, traduzidas em pilas, me fariam muito bem à combalida conta bancária.
         A que era diretora perdeu o rebolado e disfarçou, tentando mudar o rumo da prosa, perguntando sobre o tipo de moldura, prazo de entrega, essas coisas.
         Mas o que o velhinho aqui queria, mesmo, era saber da não diretora, a partir da imponência e grandeza de seus trinta e poucos anos o que “ela que era ela tinha, assim, de tão excepcional”.
         Delicadamente, achei jeito de dizer que, além de drone, pilotava o avião  e fotografava, simultaneamente, há mais de vinte anos, que já levara a bom termo, com perícia (e sorte),  o enfrentamento de sete pousos de emergência, por pane de motor.  Que, embora tivesse optado pela fotografia, também era advogado formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Enfim, fiz-lhe ver educadamente, que ter trinta anos pode ser uma característica, nunca uma qualidade.
         Ela, que era ela, nada tinha a mais do que eu ou quem quer que fosse, homem ou mulher.
         E por falar em homem e mulher, dada a agressão preconceituosa sofrida, com o sangue fervendo, quase que deixo escapar:
         - Sim, sou grosso de bota e bombacha, tenho mais de sessenta anos e  além de pilotar drone e avião, ainda consigo fazer coisas que muito guri de trinta e poucos não faz direito.  E estou à disposição para provar...
         Mas não disse, graças à educação que a Dona Lourdes e o seu Hilário me deram, mas que ela merecia, isto merecia.

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   Aqui o velhinho sex pilotando o teco-teco. "Ela, que é 
ela" duvido que saiba pilotar ...
    Estar na "pior" idade não exclui estar na capaz idade ...
   Foto feita por minha irmã Maria Cândida Barbosa dos Reis, também na "pior idade" ...

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Apresentação do Blog da Pior Idade Feliz

Por que o Nome Pior Idade Feliz?


   O tempo é cruel. Se a gente quer, ele passa. Se a gente não quer, ele não dá a mínima e vai marcando em  nós cada segundo que o relógio do universo tique-taqueia. 

   As marcas ficam no espírito, na alma, no físico. 

   Queiramos ou não, admitamos ou não.

   Este blogueiro é um velho de sessenta e sete anos. De um modo geral, muito bem vividos. 

   Mas que tem espelho em casa.

   E o espelho é amigo do tempo: formam uma dupla muito afinada nas maldades de nos azucrinar.
   Justamente por ver tantas pessoas que, ou nunca tiveram relógio ou ainda não conhecem o espelho , resolvi espernear contra essa negação do inevitável. 
   Somos velhos e pronto. Não tem plástica, tipo de maquiagem, roupa, moda, etc. que trave a roda do tempo. Gira, gira, sem nenhuma pressa. 
   E nos leva junto.
   Se a coisa não tem solução, solucionada está. 
   A velhice nos alcançou e não tem escapatória: a melhor idade ficou lá atrás.
   No tempo em que a pele era lisa, os músculos fortes, a dentição original e completa e as doenças não nos preocupavam. Tempo onde o que não tínhamos conseguido hoje, poderíamos conseguir amanhã, depois de amanhã, no próximo mês, no ano seguinte, nas próximas décadas. Tempo onde as meninas e mulheres bonitas olhavam para nós e não era pelo dinheiro, em que os homens olhavam para as meninas, mesmo as mais inatingíveis, felizes na ilusão de que um dia a fortaleza haveria de cair. Tínhamos tempo.
   Melhor idade é ter toda uma vida ou maior parte dela à nossa disposição. 
   Melhor idade é ter tudo o que nos falta agora e a juventude tem ao seu inteiro dispor, ainda que nem seja consciente disso.
   São irresponsáveis, infantis, inconsequentes, na maioria, isso são. Mas são felizes, sonhadores, cheios de energia, força, vitalidade e idealismo, também. 
   Se não têm a nossa experiência, sobra-lhes tempo para errar e aprender. 
   E isso nos falta. O tempo nos é curto.
   Fica sempre escondido, rindo de nós, pobres mortais, fugindo do grande e temido dia. 
   Mas, então, este blog é para esculachar o pessoal da geriatria? Desvalorizar o idoso?
   Não, muito antes pelo contrário. Queremos ajudar outros velhos a serem velhos felizes, que é o que importa.
   Só que não seremos felizes negando o óbvio. Não seremos velhos que curtem a vida e o vivido, se negarmos o que passou e o que somos. 
   Acho essa história de melhor idade um negação simplória da realidade e uma barreira à conquista dum envelhecimento digno, valorizado e feliz.
   O escrevinhador aqui fez 36 maratonas de 42 km, a última aos 61 anos. De lá para cá foi um tal de lesão aqui, gripe acolá e outros imprevistos, que não deu mais para encarar esse tipo de prova. Lá se foram seis anos de envelhecimento, desgaste natural das peças, a maioria de impossível reposição.
   Conclusão: acredito que estou aposentado como maratonista. Mas continuo fazendo meus treinos de 12, 14 km a cada dois dias. Isso é aceitar a realidade. Não há como correr uma maratona todos os anos, pelos séculos e seculórios. Um dia a DNA nos pega. Data de Nascimento Antiga. Nem por isso fico chorando pelos cantos porque não consigo mais correr os 42 km. 
   A velhice chegou e o jeito é conviver civilizadamente com ela. É a nossa fiel companheira, como num casamento da antiga,  até que a morte nos separe.
   "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" diz a Bíblia.
   A libertação para uma velhice feliz, passa, obrigatoriamente, pelo ritual da troca de roupa: temos que nos livrar daquela que nos aperta, nos sufoca, nos machuca, para vestirmos a roupa da realidade, mais folgada, menos chamativa, mas que nos permita movimentos mais confortáveis. 
   Quando passar pelo espelho, e um velho ou velha  olhar para você do outro lado, não saia correndo. Não adianta. O velho irá atrás.
   Lembre-se de que você é um felizardo que recebeu um prêmio negado a muitos. 
   A pior idade nos permite escolher a prioridade. 
   Ser feliz ou não.
   E a feliz idade só será conseguida com a veraz idade!
   E por hoje mais não digo porque não sei.



   Aqui uma foto de minha melhor idade. Realmente, infância  muito feliz.