Terceira idade, velhice, idoso.
Escrevinhações bem-humoradas de um velho consciente de que a melhor idade ficou para trás, mas a feliz idade não. O idoso que assume a sua terceira idade sem medo da velhice.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Sabedoria na Terceira Idade



            Envelhecer com Sabedoria

         Muita gente consegue atravessar a vida dando mostras constantes de sabedoria. Há quem, inclusive, consiga ser sábio ou, ao menos, prático e prudente desde a infância e adolescência. E esses são privilegiados.
         Outros adquirem sabedoria com o passar do tempo, no famoso sistema da tentativa e erro. Tantas cabeçadas dão, que acabam aprendendo...
         O certo é que muita gente chega na vida adulta com uma dose equilibrada de discernimento, bom-senso e equilíbrio.
         Bem, chega a terceira idade e o sujeitinho, tão correto, tão sensato, duma hora para outra toma rumo diferente. Começa a tomar decisões estapafúrdias, agir ridiculamente, enfim, joga fora toda uma construção trabalhosamente erguida  ao longo da  jornada.
         Tem um ditado que diz que “todo o velho vira criança”. Seria por que Jesus disse: “Se não vos tornardes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus?” Vendo o final da estrada se aproximar, o elemento se tornaria um cristão fervoroso e tomaria ao pé da letra a frase de Cristo? Viraria criança, mesmo?
         A verdade é que tem gente que chega na idade sex e desmancha com os pés o que construiu com as mãos. Tem homens velhos de cara toda enrugada, alquebrados, caminhando já com uma certa dificuldade, e nada há de pejorativo nisso (é natural sentir o peso dos anos), que, sem mais nem menos, resolvem pintar o cabelo dum preto reluzente, destoando totalmente do conjunto ...
         Outros acreditam no famoso amor da maturidade (pois não aceitam a velhice) e passam a correr atrás de mulheres e homens com idade para serem seus netos. E quem não conhece gente assim?
         Alguns dirão: Deixa o velhinho ser feliz. É direito dele. Se quer pintar o cabelo, usar peruca, fazer plástica, paquerar guriazinhas ou guris, e sentir-se feliz assim, que o faça.
         Acontece que em noventa e muito por cento dos casos a coisa termina mal, sempre com uma baita dor de corno e um rombo no patrimônio. É estatístico e não adianta negar.
         E por que isso acontece?
         Porque não queremos aceitar o passar dos anos. Achamos que “ainda somos os mesmos”, como cantava Elis Regina.
         Mas não somos.
Tudo muda. Nos homens o telhado se vai embora, a barriga cresce, os músculos ficam flácidos. Nas mulheres as temidas rugas se aprofundam, a briga com a balança vira uma Terceira Guerra Mundial, os hormônios rebelam-se, a gravidade não perdoa e muita coisa começa a cair.
Ninguém gosta disso. E com razão.
Mas não é uma questão de gostar. É uma questão de aceitar.
Temos que aceitar que “já não somos jovens”. E aí está o segredo da sabedoria.
O blogueiro é maratonista. Fez 36 vezes os 42 km da prova. A última foi aos 61 anos e agora está com 67. Desde lá vem tentando, mas nos treinos  sempre aparece uma gripe, uma lesão ou qualquer outro imprevisto ou seria previsto? A verdade é que não estou conseguindo fazer de novo os 42 km. A bem da verdade acho que sou um ex-maratonista. Mas continuo fazendo os meus treininhos de 10 a 15 km. E não está para lá de bom?
O cardiologista falou que o melhor seria parar com essas provas tão longas. Claro que ele tem razão. Mas o teimoso aqui ainda alimenta a esperança de fazer, ao menos mais uma. E eu que tanto falo em aceitação, nesse aspecto sou como todos os outros: quero continuar sendo quase igual ao que era quando mais jovem. Aliás, mais teimoso do que um corredor, só outro corredor ...
Embora consciente de que se fosse fazer outra maratona,  faria num tempo bem mais adequado à idade, teimo com a ideia de fazer a tal de prova. É a tal de dificuldade que todos temos de aceitar a chegada da velhice. Só que chegou, não está nem aí para a nossa aceitação ou rebeldia e pronto.
Minha sogra, aos noventa e seis anos é um exemplo de vida. Mesmo tendo à disposição a nossa casa e de outros filhos, resolveu ir para uma casa geriátrica. E tanto é uma idosa válida e lúcida, que a dona da clínica cobra metade do preço, um pouco porque ela não dá trabalho e outro tanto, porque ela ainda ajuda as companheiras.
Só que dia desses foi além da conta e resolveu ajudar uma outra vovó, com dificuldades de locomoção, a descer a escada. Não preciso contar o final da história. A sorte é que nenhuma se feriu com gravidade, apenas escoriações.
E isso aconteceu porque temos a ideia de que ainda podemos fazer tudo ou quase tudo o que fazíamos.
E toda essa encheção de linguiça resume-se em três palavras: dificuldade de aceitar a idade. (E quanta mulher e alguns barbados sofrem desse mal ...).
Posso estar errado, mas, para mim, a maior prova de sabedoria na terceira idade é aceitarmos o passar do tempo e agirmos de acordo.
Claro que não vamos ficar pelos cantos, parados, com a “boca cheia de dentes esperando a morte chegar ...”, como diria o Raul Seixas.
Vivamos na sabedoria da consciência plena do tempo, do curtir cada dia como se fosse o último, aceitando as limitações que os anos nos impuseram, mas na certeza de que ainda há lugar e tempo de sobra para sermos felizes.

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Humor

Diferença entre um homem jovem e um velho:
O jovem tem quatro membros flexíveis e um rígido.
O velho tem quatro membros rígidos e um flexível.


A gente tem que rir da própria desgraça ...


DESCOBERTA
   
   Nunca pensei que a terceira idade doesse tanto ...
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Fotos da Semana














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